28 maio 2008

The 7th International Conference on Steel Bridges Universidade do Minho








The 7th International Conference on Steel Bridges Universidade do Minho, Campus de Azurém, Guimarães quarta-feira, 04-06-2008 De 4 a 6 de Junho próximo, terá lugar na Universidade do Minho, em Guimarães, o 7º Congresso Internacional de Pontes Metálicas


(www.steelbridges08.com). Com organização conjunta da Universidade do Minho, da cmm (Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista) e da ECCS (European Convention for Constructional Steelwork), o evento reunirá mais de 300 especialistas de 30 países

A partilha de experiências ao nível do projecto e obra, a divulgação de novos processos construtivos e das potencialidades do aço (como material exclusivo ou associado ao betão em pontes mistas) são objectivos fundamentais deste congresso, que visa ainda a promoção do aço enquanto material reciclável e o enaltecimento das suas capacidades no reforço e reabilitação de estruturas.



Na sequência dos anteriores simpósios que tiveram lugar em Praga (2006), Barcelona (2003), Leipzig (1999) e Roterdão (1996), este congresso pretende proporcionar um alargado meio de contacto e um fórum de discussão a todos os profissionais deste sector (engenheiros e projectistas de pontes, arquitectos, produtores de aço, empresas metalomecânicas, investigadores, donos de obra, administrações rodoviárias e ferroviárias, consultores, armazenistas e fornecedores de materiais, empresas de montagem e transportes especiais, etc.), permitindo analisar as mais recentes tendências internacionais neste domínio e perspectivar as tendências de evolução futura e contribuindo para que os quadros e empresas nacionais possam fazer face à concorrência de empresas estrangeiras especializadas neste domínio.



A escolha de Portugal para a realização dum fórum com estas características, sobre um tema de uma grande importância e actualidade, traduz o reconhecimento do notável trabalho que o nosso país tem desenvolvido neste domínio.



O congresso contará com cerca de setenta apresentações, a cargo de conceituados especialistas de mais de 25 países, abordando os principais temas relacionados com esta temática. Estes incluem os seguintes aspectos: estética e arquitectura; diagnóstico e avaliação estrutural; monitorização; pontes para comboios de alta velocidade; durabilidade; soluções económicas; tecnologias emergentes; ensaios; materiais de elevado desempenho; fabrico e construção; exemplos de aplicação; segurança; reforço e reabilitação; etc.



O evento incluirá, ainda:
· Palestras proferidas por reputados especialistas (António Reis, Francisco Millanes Mato, Vincent de Ville de Goyet, Jens Jensen, Abolhanssan Astaneh e Brian West);
· Uma exposição técnica em que se exibirão os mais recentes conceitos, técnicas, materiais e realizações neste domínio;



· Pela primeira vez, a atribuição do prémio europeu de pontes metálicas, que pretende dar a devida visibilidade aos melhores exemplos recentes de pontes metálicas e mistas, destacando as inúmeras vantagens dessas soluções (pontes construídas entre 31 de Maio de 2005 e 2008).
Atendendo à importância e atenção que têm merecido as discussões e opções relacionadas com as novas infra-estruturas nacionais de transportes e à imperiosa necessidade de que desenvolvam abordagens integradas, baseadas na sustentabilidade e na redução do risco, esta será, sem dúvida, uma excelente oportunidade de aprofundar os conhecimentos nesta temática, tanto no que respeita à situação actual como relativamente às perspectivas da sua evolução no futuro imediato.


27 maio 2008

Prémio UrbaVerde/Vibeiras – Jovem Arquitecto Paisagista 2008


O Prémio UrbaVerde/Vibeiras Jovem Arquitecto Paisagista tem por objectivo promover o reconhecimentopúblico do trabalho de jovens arquitectos paisagistas.

O concurso tem como suporte temas que visem a qualificação dos espaços da paisagem.
II - Entidade Promotora

O Prémio UrbaVerde/Vibeiras Jovem Arquitecto Paisagista é organizado pela About Blue, empresa do grupo About, editora do Jornal Arquitecturas, e pela empresa Vibeiras – Sociedade Comercial de Plantas, S.A.,

Empresa de projectos, construção e manutenção de espaços verdes.

Os trabalhos deverão ser entregues até ao dia 6 de Junho de 2008, até às 18H30, nas instalações da empresa organizadora:
About Blue – Comunicação, Lda.
Rua da Madalena, nº 191, 3.º B
1100-319 Lisboa


23 maio 2008

Google investe em carro elétrico


A Google através da sua fundação Google.org doou 200 mil dólares para a fundação CalCars.org, um grupo que investe no desenvolvimento de carros elétricos híbridos recarregáveis na tomada.



Os carros híbridos “plugáveis” na tomada são veículos que podem ter suas baterias recarregadas a partir de um simples interruptor elétrico caseiro. Devido aos conhecidos interesses petrolíferos a indústria automoblística desenvolve vagarosamente essa tecnologia. As empresas PG&E e a GM planejam colocar esse tipo de automóvel no mercado daqui dois anos, a japonesa Toyota já lançou o seu modelo, o Prius.


Felix Kramer, o senhor da foto ao lado e fundador da CalCars, é a pessoa que já dirige um carro elétrico pelas ruas de Palo Alto, na Califórnia. Segundo ele a doação feita pela Google veio sete meses após o jornal New York Times ter revelado a intenção da gigante de Moutain View em investir nessa experiência.


Contudo, isso tudo é uma especulação e nenhuma fonte fornece material concreto para garantir que a Google estaria diversificando seu negócio para dentro da indústria automobilística, existem provas concretas apenas de que a empresa de Moutain View estaria entrando no mercado de hardware para telefones móveis.


Fontes iternas da Google garantem que a empresa não pretende entrar como player nesse mercado mas apóia completamente a iniciativa de Kramer, os fundadores da Google Larry Page e Sergey Brin recentemente adquiriram um Toyata Prius, um modelo de automóvel híbrido.
Quem quiser acompanhar as novidades do setor pode acompanhar o arquivo de noticias da CalCars, ou o blog de Kramer.


Diego Cox é Editor do Blog Reflexões Digitais e Analista de Produtos da Globo.com

22 maio 2008

Quer ser o primeiro astronauta português?


Agência Espacial Europeia inicia o recrutamento
Quer ser o primeiro astronauta português? ...........Candidate-se.

Luís Miguel Vaz, 24 anos, licenciado em engenharia aeroespacial, a tirar a licença de piloto de aviões comerciais, sonha em ser astronauta. João Roque, 43 anos, comandante da TAP, também. David Marçal, 31 anos, bioquímico do Instituto de Tecnologia e Química Biológica de Oeiras, idem. Ontem de manhã, contavam-se entre os muitos interessados que foram ao Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, para saber como podiam candidatar-se a astronautas da Agência Espacial Europeia (ESA).

A partir de segunda-feira, nos 17 países-membros da ESA, Portugal incluído, desde 2000, a agência espacial inicia o recrutamento dos próximos quatro felizardos que integrarão o seu corpo de astronautas em Junho de 2009 (actualmente são oito). Até 15 de Junho, quem quiser tentar a sorte terá de preencher um formulário disponível no "site" da ESA e fazer os primeiros exames médicos, idênticos aos dos pilotos. "Esperamos 30 mil, 40 mil, 50 mil candidatos", disse Horst Schaarschmidt, do Centro Europeu de Astronautas, a uma plateia cheia. Na primeira fase da selecção, a ESA reduzirá a mil os aspirantes a astronautas. Uma bateria de testes psicológicos e médicos e uma entrevista são as etapas seguintes.

Perante a imensa lista de aspectos escrutinados, Schaarschmidt sossegou: "O objectivo não é procurar o super-homem ou a supermulher, é procurar pessoas que desempenhem as tarefas de um astronauta". Acrescentou: "Procuramos dois tipos de astronautas: os cientistas, que têm de ter formação em ciências naturais e pelo menos três anos de experiência profissional; e os pilotos, que precisam de mil horas de voo e uma licenciatura em engenharia aeronáutica ou ser piloto de testes."

Se, além daqueles requisitos, tem entre 27 e 37 anos, de preferência, pode concretizar o sonho de ser astronauta. A ESA só recrutou astronautas em 1978 e em 1992. É a primeira vez que Portugal pode participar, porque antes não pertencia à ESA.

Para promover o recrutamento de portugueses, veio ainda o astronauta alemão Ernst Messerschmid (já não está no activo), que advertiu os candidatos de que podem passar anos até um astronauta ir ao espaço e recomendou aos candidatos: "continuem a estudar", "mantenham-se saudáveis e façam montanhismo, vão ao ginásio...", "melhorem o inglês", "falem em público", "não dêem ouvidos aos que pensam que é muito difícil", "leiam livros" e "sejam felizes".

Como futuro piloto, Luís Miguel Vaz já tem os primeiros exames médicos. "Não digo que seja um objectivo de vida, que é difícil realizar, mas ser astronauta é o sonho máximo da área a que estou ligado."

Quanto a David Marçal, fez os exames exigidos anteontem. Porquê astronauta? "Foi a primeira coisa que quis ser quando era criança. Viver experiências fora da Terra parece-me uma oportunidade preciosa. Este concurso aparece na altura em que termino o doutoramento, é o fim de um ciclo.

"Da plateia, João Roque quis saber por que pedem pilotos. A ESA precisa de astronautas que pilotem naves, disseram-lhe. E Ricardo Patrício, 31 anos, da empresa Active Space, perguntou ao ministro da Ciência se o facto de Portugal não participar no programa de voos espaciais humanos da ESA limita as hipóteses dos candidatos portugueses. Mariano Gago ignorou a pergunta; Schaarschmidt respondeu: "É uma questão que terá de ser considerada daqui a um ano, na selecção final." Questionado à margem pelos jornalistas, Mariano Gago disse: "Não cabe na cabeça de alguém que não estejamos no programa dentro de um ano."
( Publico) 16.05.2008 - 09h00 Teresa Firmino

20 maio 2008

Engenheiro Edgar Cardoso


Celebrizou-se como projectista de pontes. Com extraordinária capacidade inventiva e métodos originais, Edgar Cardoso projectou pontes em Portugal - e lá fora - que são autênticas obras de arte. Impressionam, sobretudo, pela estética, leveza e inovação. Cardoso rejeitava as soluções-padrão já testadas e tinha a preocupação de inserir cada obra na paisagem. Com conhecido desprezo pelas fórmulas matemáticas, foi ainda pioneiro na utilização dos modelos físicos. Fez escola em Portugal. “É um artista”, diz o arquitecto José Manuel Fernandes.

É um dos maiores génios da engenharia civil nacional e internacional. Edgar Cardoso executou mais de meio milhar de estudos e projectos. Para ele, a engenharia era o equivalente a um romance fabuloso que só aquele escritor poderia escrever: irrepetível e único. Irreverente, gostava de inovar em cada trabalho. Engenheiro, arquitecto, professor e investigador, notabilizou-se pelas pontes que projectou. “Arquitectonicamente, são obras de arte”, admira o arquitecto José Manuel Fernandes. Para Edgar Cardoso o trabalho era uma causa nobre. Não era um suicídio absurdo nem uma maneira de passar o tempo.


Nascido em 11 de Maio de 1913 no Porto, Edgar Cardoso tem um currículo invejável. Formou-se em Engenharia Civil na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto em 1937. No ano seguinte iniciou a carreira profissional na Direcção dos Serviços de Pontes da Junta Autónoma das Estradas, organismo que lhe adjudicou a elaboração dos anteprojectos da Ponte da Arrábida, no Porto, uma das suas obras mais emblemáticas. É a ponte portuguesa com o maior arco em betão e um exemplo da preocupação de Cardoso em integrar a obra concebida na paisagem. Também a Ponte São João, no Porto, a Ponte da Figueira da Foz ou a Ponte Nobre de Carvalho, em Macau, são prova deste princípio que norteia o seu trabalho.


Todas as pontes se distinguem, aliás, pela imponência da estrutura, estética e leveza. Verdadeiras esculturas que resultam de um empenho feroz do autor em surpreender. Edgar Cardoso tinha apetência para romper com os regulamentos. Recusava as soluções-padrão. Uma linha de pensamento que colidia com o espírito conservador dominante. Ficou conhecido pela personalidade polémica. Ficaram famosos episódios controversos, como os pulos que deu sobre a pala do Estádio de Alvalade para atestar a sua segurança, atitude que lhe assegurou inimizades no Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Registado ficou também o alarme público sobre o mau estado de conservação das infra-estruturas portuguesas. Edgar Cardoso não se contentava com a mediocridade. Para ele, querer o impossível é a melhor maneira de realizar o possível.


Com extraordinária capacidade inventiva e habilidade manual, Cardoso construía modelos ou maquetas das suas estruturas em diversos materiais - gesso, cortiça, cartão, etc. - e media, com aparelhos inventados por si, o seu comportamento estrutural. Na altura, a prática era recorrer a modelos numéricos, mas o arquitecto foi pioneiro na utilização dos modelos físicos (1939-1940). Com isso, fez escola em Portugal. “Há matemáticos intuitivos. Ele construía a partir de modelos, da sua habilidade táctil, de sentir as coisas e a força das peças, e não tanto a partir do cálculo enquanto matemática pura”, explica o arquitecto José Manuel Fernandes. O seu desprezo pelas fórmulas matemáticas era sobejamente conhecido.


A dura e irascível personalidade de Edgar Cardoso era também notória nas aulas. Foi professor catedrático no Instituto Superior Técnico, actividade que interrompeu entre 1975 e 1980 por ser acusado de defender o antigo regime. Não suportava ouvir despropósitos dos alunos e não perdia oportunidade de ridicularizá-los, “não para destruir”, dizia, mas para “obrigar a bem construir”. Marcou uma geração. Hoje, muitos engenheiros seguem os seus ensinamentos, métodos de observação e modelos físicos.


Edgar Cardoso projectou ainda o prolongamento do Aeroporto da Madeira, os suportes da alameda do Parque Eduardo VII sobre a Estufa Fria, o Cine-Teatro Império, os hotéis Aviz e Sheraton, em Lisboa, os edifícios das faculdades de Letras, Medicina e Matemática da Universidade de Coimbra, a Ponte Cuanza, em Angola, e a Ponte Zambeze, em Moçambique. Como disse, em Junho deste ano, o primeiro-ministro José Sócrates à Agência Lusa, Edgar Cardoso “fez muito pela internacionalização da construção civil portuguesa”.

Álvaro Siza Vieira


É o arquitecto português mais famoso e consagrado internacionalmente. A paixão de Álvaro Siza Vieira pelo desenho vem de longe - e mantém-se até hoje. Representante da chamada Escola de Arquitectura do Porto, realizou obras emblemáticas como o Pavilhão de Portugal da Expo'98, a Igreja de Santa Maria, em Marco de Canaveses, ou o Museu de Arte Contemporânea da Galiza. Com os edifícios de Siza, várias cidades do mundo ganharam cartões-postais instantâneos de apurado bom gosto. "É uma grande figura da arquitectura mundial", diz Delfim Sardo, professor universitário.

O currículo de Siza Vieira é vasto demais para ser arrumado em tão pouco espaço. Ele é o senhor do traço que, nas últimas décadas, ganhou projecção e estatuto mundiais. Hoje, os seus clientes buscam uma assinatura. Procuram o Siza como procuram o quadro de um pintor. Ainda está por decifrar a arte de ser Siza Vieira...


O mais famoso e consagrado arquitecto português nasceu em 1933 em Matosinhos. Desde muito pequeno, começou a desenhar - ainda hoje desenha muito. Estudou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto de 1949 a 1955 e neste ano começou a trabalhar com o arquitecto Fernando Távora, durante três anos. Mas a sua primeira obra construída data de 1954, ano que marcou o verdadeiro arranque de uma carreira brilhante em Portugal e no estrangeiro. Já nessa altura a sua arquitectura não deixava adivinhar por fora a importância que a luz tem por dentro.


Em 1966 tornou-se professor da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e, nesta qualidade, visitou e conferenciou nas mais importantes escolas em todo o mundo. Siza é, sem dúvida, um vulto de peso na arquitectura mundial. Na chamada "economia do 'design'", em que a forma ganha a cada dia mais poder no panorama internacional, a arquitectura é influenciada por esta imposição do belo. Até pode custar a entender, mas os novos "cartões-de-visita" arquitectónicos que surgem nas grandes cidades mundiais mostram que a forma é tão - ou mais - importante do que a função. A realidade é esta: a combinação de ambas é essencial para o sucesso. Na era do "design", os arquitectos conquistam mais reconhecimento e são mais famosos do que pintores e escultores.


Álvaro Siza Vieira é, seguramente, o mais aclamado arquitecto português a encaixar nesta categoria e um dos primeiros a perceber que hoje há uma procura cada vez maior da beleza. As pessoas querem lugares bonitos - além de práticos e cómodos - para morar e visitar. Condecorado há dois anos com o Leão de Ouro na Bienal de Arquitectura de Veneza, os principais projectos de Siza incluem intervenções urbanas em cidades tão distintas como Berlim, Maastricht, Macau e Lisboa, onde realizou a espectacular edificação do Pavilhão de Portugal, na Expo'98, com a sua "vertiginosa" pala de betão que parece suspensa entre os dois edifícios. As suas obras já foram expostas em todos os cantos do mundo, desde o Museu de Arquitectura de Helsínquia e o Museu Alvar Aalto, na Finlândia, em 1982, até ao Centre Pompidou, em Paris, em 1982; e passando na Yokohama Portside Gallery, em Yokohama, em 2002. O currículo de Siza Vieira - com uma interessantíssima incursão no "design" nos últimos anos - mostra que a arquitectura e o "design" podem (e devem) andar de braço dado.


Pormenor interessante: o percurso de Siza começou na cozinha da sua avó. Bom, não chegou a ser uma obra de arquitectura, mas andou perto. A intervenção foi realizada com muito entusiasmo, mas ainda assim Siza não se livrou de comentários familiares do género "Mas que esquisito!", devido sobretudo a um candeeiro "bauhausiano" todo florescente, desenquadrado dos ditames estéticos da época. Antes de optar pela arquitectura, Siza queria ser pintor ou escultor. "Siza Vieira tem uma capacidade inovadora e uma determinação em relação à sua estética 'minimal' que é espantosa", refere o produtor de moda Mário Matos Ribeiro.


É autor de vários projectos. Veja se acompanha: o Museu de Arte Contemporânea da Galiza, o Museu de Arte Moderna do Porto, o Bairro da Malagueira, em Évora, a Escola Superior de Educação de Setúbal, a Biblioteca da Universidade de Aveiro, a recuperação da zona sinistrada do Chiado, em Lisboa, a Casa de Chá da Boa Nova e as Piscinas de Marés, em Leça da Palmeira, a Faculdade de Ciências da Informação, em Santiago de Compostela, os blocos 6-7-8 de Cerámique Terrein, em Maastricht. Ninguém fica indiferente à sua obra. Uns amam, outros torcem o nariz aos projectos rectilíneos de Siza Vieira.


Não esqueçamos o que o tornou um nome reconhecido por toda a gente - o emblemático projecto de construção cooperativa de vivendas sociais patrocinadas pelo projecto SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local), lançado logo a seguir ao 25 de Abril para acabar com os bairros de lata existentes em redor das grandes cidades portuguesas. Siza Vieira foi um dos arquitectos que participou activamente no projecto, ao desenhar alguns bairros em Évora e no Porto. Nesta última cidade, projectou as vivendas do Bairro de S. Victor e do Conjunto Habitacional da Bouça, começado em 1975 e suspenso em 1977, e de facto só terminado em princípios de 2006.


Ele é - sempre foi - um arquitecto dos extremos. Quando projectou a Igreja de Santa Maria, em Marco de Canaveses, a obra foi severamente criticada, e só mais tarde aplaudida. Mas a maior parte dos seus esquissos originam edifícios fabulosos, cheios de luz e com uma sofisticada "legislação" estética. Siza é conhecido pelo seu gosto requintado e inesgotável imaginação. Enquanto alguns se entretêm a criticar a obra de Siza, várias cidades do mundo ganham cartões-postais instantâneos com as suas obras de apurado bom gosto. "É um arquitecto que consegue aliar um racionalismo, que tem a sua origem no movimento moderno da arquitectura, a uma sensibilidade espacial rara", define-o o professor universitário e ensaísta Delfim Sardo.


Siza alia, em doses improváveis, capacidade de trabalho e sensibilidade. Há muitos arquitectos criativos, sensíveis, emocionais, mas poucos que consigam, depois, passar as suas criações à prática. Mas há mais! É daqueles que não sujeita a reflexão e a condução do trabalho à necessidade de agradar. Às vezes, soa mesmo a provocação. Com a ousadia de um pássaro que não tem medo do voo picado, geralmente leva as suas concepções até ao fim.


E como é o homem por trás do esquisso? Tímido, criativo e obstinado. Adora viajar. "É como carregar uma bateria, recolher informação, sentir a ausência de 'stress', mas essencialmente prazer", afirmou ele numa recente entrevista à revista "Fora de Série", do "Diário Económico". Assim contadas, naquela orgulhosa pronúncia da Foz, as histórias são mais saborosas.

Muitas viagens, clientes à escala mundial e trabalho com qualidade internacional - o que faltaria para compor o retrato de um privilegiado cidadão do mundo? Curioso em toda a parte, Siza não se sente isolado em parte alguma.


Ao Leão de Ouro na Bienal de Veneza, Siza alia uma lista de prémios quase interminável, que inclui a Medalha de Ouro da Fundação Alvar Aalto, o Prémio Europeu de Arquitectura da Comissão das Comunidades Europeias, o Prémio Pritzker da Fundação Hyatt, de Chicago, o Premium Imperiale da Japan Art Association, o Prémio de Arquitectura da Wolf Foundation, de Israel, e a Medalha Internacional das Artes 2002, atribuída em Madrid. É obra!

O Maior Arquivo Digital de Arquitectura do Mundo


"Maior arquivo digital de arquitectura do mundo" lançado em Sacavém
Os monumentos portugueses vão passar a ter um novo "site" na Internet que disponibilizará "o maior arquivo digital de arquitectura do mundo", revelou hoje Margarida Alçada, directora do novo espaço, alojado em http://www.monumentos.pt/.


"A antiga página dispunha de três bases de dados, agora tem dez, nas quais se incluem 250 mil desenhos (plantas, desenhos técnicos, cartografia), 300 mil fotos e 10 milhões de outros documentos", afirmou a responsável.
Margarida Alçada falou à agência Lusa momentos antes do lançamento do "site", concebido pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), no Forte de Sacavém.
"Para erguer este portal digital foram necessários 15 anos de trabalho (a reunir e digitalizar documentos) e um investimento financeiro de quatro milhões de euros", afirmou ainda a responsável, acrescentando que "se os conteúdos fossem hoje vendidos, a um preço tabelado, valeriam cerca de 10 milhões de euros".


A página de Internet vai incluir a secção Carta de Risco, onde é possível obter informações sobre o estado de conservação dos imóveis, e uma Base de Dados da Paisagem, relativa ao território.
Rotas temáticas e uma biblioteca em linha, que permitirá aceder "online" aos catálogos das bibliotecas da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, são outros dos novos blocos temáticos disponíveis.
"A intenção é chegar a um público generalizado, que inclui investigadores e estudantes, mas também pessoas que procuram apenas informações turísticas", explicou Margarida Alçada, acrescentando que o "site" pode "levar o público a áreas inexploradas".


O site www.monumentos.pt, que une a informação arquitectónica à história da arte, a arqueologia ao turismo, vai desenvolver futuramente formas de chegar também ao público infantil e, dentro de um mês, mostrará estatísticas dos acessos, que rondavam, no anterior formato da página, os 70 mil por dia.


Em Janeiro passado, a propósito da pré-apresentação do projecto, Vasco Martins Costa, director-geral da DGEMN, declarou à Lusa que, com o novo "site", o público poderia fazer uma pesquisa mais alargada e obter respostas mais simples e exactas sobre o património.
"Um investigador que pretenda consultar a planta de um monumento, por exemplo, já não precisa de se deslocar a um arquivo e consultar uma folha de papel, pois pode aceder a essa informação pela Internet", destacou então.


Baseado nos dados do inventário existente (sobre mais de 23.000 imóveis nacionais, 4.000 deles classificados), o sistema, que recebeu um prémio de boas práticas da Administração Central, obedece a "um programa único no mundo de inter-operacionalização das suas bases de dados", revelou Vasco Martins Costa em Janeiro.
"Este sistema é capaz de gerir informação e de ser gerador de nova informação, permitindo interpretar, avaliar e gerir o estado de conservação, as necessidades específicas de intervenção e o valor patrimonial do património edificado", salientou à data o responsável.


Graças à progressiva digitalização da informação arquivada no Forte de Sacavém, todos os dados históricos e arquitectónicos sobre edifícios como o Palacete do Buçaco, o Teatro Nacional Dona Maria II ou a Sé Patriarcal de Lisboa estão agora "à distância de um clique".
Além de um imenso arquivo, o Forte de Sacavém acolhe laboratórios de tratamento do espólio - em papel e fotografia - e de digitalização dos dados, bem como espaços de investigação para historiadores e técnicos e de consulta para o público em geral.


Agência LUSA

17 maio 2008

McLaren Technology Centre, Londres


McLaren Technology Centre, Londres

Pela primeira vez, todos os sectores do TAG McLaren Group estarão reunidos no mesmo edifício, que, em seus dois andares, abrigará estúdios de design, oficinas, centros de pesquisa e desenvolvimento, centro de visitações e museu. Também estarão funcionando nas novas instalações os sectores de produção de fibra-carbono, motores e protótipos e de fabricação de carros de corrida, incluindo o novo e exclusivo Mercedes SLR. Para desenvolver os testes de aerodinâmica nos modelos de Fórmula 1, foi construído um túnel de vento.


Pista de corridas

Era desejo de Dennis que o edifício simbolizasse o alto desempenho da empresa e proporcionasse “um ambiente de trabalho tão agradável, que os funcionários preferissem lá permanecer em vez de ir para suas casas”. Para desenvolver o projecto, Norman Foster escolheu a forma de um círculo, cortado ao meio por uma linha em forma de S, que remete às pistas de corridas. O traçado marca o limite entre o edifício e um lago artificial, para o qual se abre a edificação. Juntos, eles fecham o círculo. Os sectores do grupo ocupam espaços distintos do prédio, separados por vias de seis metros de largura. Estas recebem luz natural através da fachada de vidro, de 7,5 metros de altura, voltada para o lago.


O desenho da fachada acompanha a curva em S que divide o círculo, favorecendo a incidência ideal de luz solar e possibilitando que, de todos os pontos do interior do prédio, possam ser avistados o lago e a vegetação do entorno. Um sistema de luzes, desenvolvido pela empresa italiana Targetti e localizado 25 milímetros abaixo da superfície do lago, ilumina a parte inferior da cobertura, que se projecta além da linha da fachada. O efeito de luz e sombra que ele produz, à noite, cria a ilusão de que a cobertura se encontra suspensa no ar, acima do edifício, enquanto o volume edificado ganha vários matizes de cor, reflectindo-se no lago.



Com currículo que inclui trabalhos de excelência em obras mundialmente conhecidas - como o Piccadilly Circus, em Londres, o metro de Bilbau, Espanha, e a Piazza della Scala, em Milão, Itália - a Targetti é responsável pela instalação de todos os sistemas de iluminação do centro da McLaren.

Suporte do spoiler

Conceitos das tecnologias aeronáutica e automobilística foram adoptados no projecto da fachada, desenvolvida com a participação de profissionais das equipes de Foster, da Schüco Internacional e do sector de engenharia da McLaren. Para que ela fosse o mais transparente possível, excluiu-se, desde o início, a utilização do sistema stick (convencional), pois os perfis, por mais esbeltos que fossem, constituiriam barreiras visuais em determinados ângulos de visão. O vidro curvo, originalmente previsto, pôde ser substituído pelo plano, o que gerou economia na obra.

O sistema de contravento horizontal da fachada, chamado windblade, absorve e transmite as pressões de sucção e obstrução das acções do vento para as colunas internas de aço. Seguindo a modulação básica do projecto, foram adequados três windblades sobrepostos em espaçamento de 180 centímetros na vertical de cada módulo. As peças esbeltas de 25 milímetros de espessura em alumínio de liga especial, configuradas com corte computadorizado a laser, têm envergadura de 12 metros. Seu desenho curvilíneo remete ao suporte do spoiler do carro que em 1995 venceu a corrida de 24 horas de Le Mans.

Os windblades, concebidos como vigas para absorção das cargas horizontais, não estão aptos para absorver as verticais. Para essa função, foram projectadas hastes de aço inoxidável de cinco milímetros de espessura, fixadas às lajes de concreto, semelhantes às que reforçam os McLaren Mercedes da Fórmula 1. Juntos, os elementos de absorção de cargas criam o esqueleto construtivo que suporta 40 toneladas de vidro laminado. A construção é o resultado mais próximo daquele idealizado por Ron Dennis para obter transparência máxima na sinuosa e longa fachada principal.

Os perfis desenvolvidos pela Schüco foram modificados, para, em forma de semicírculo, corresponder ao desenho do projecto e à exigência de não utilizar silicone como elemento de vedação. A fachada posterior do edifício, as divisórias internas da área administrativa e das boxes de produção seguem o mesmo princípio - neste último elas são desmontáveis, permitindo o deslocamento de equipamentos e máquinas.






Resfriamento
Com capacidade para 50 mil metros cúbicos, o lago exerce papel importante no sistema de resfriamento, pois o excesso de calor do edifício é transferido para a água. O perímetro do lago, em forma de cascata contínua, torna a água elemento importante para o conceito integrado do sistema de refrigeração do túnel de vento, onde são feitos os testes de aerodinâmica nos modelos de carros de Fórmula 1. Para complementar a paisagem entorno do edifício e criar um microclima, serão plantadas 100 mil árvores.
Ficha TécnicaObra:McLaren Technology Centre
Local:Londres, Inglaterra
Projecto:2000
Conclusão da obra:2003
Área do terreno:500 000 m2
Equipa técnica Arquitetura: Norman Foster
Projectos de engenharia:Amec
Estrutura de Betão:Mapei
Sistemas de fachadas:Schüco International
Sistemas de iluminação:Targetti e Claude Engle
Revestimentos cerâmicos: Pastorelli
Texto resumido a partir de reportagem de:
Cida Paiva Publicada originalmente em FINESTRA

16 maio 2008

Jameson House

Vancouver, British Columbia, Canada
Projecto: 2004-2010

Norman Foster é o arquitecto principal da primeira torre residencial do mundo, e nesta rara ocasião, Foster and Partners são também os arquitectos responsáveis pelo design de interior.


A
Jameson House é um complexo misto - comercial e residencial - que exemplifica uma forma de vida sustentável, incrementando a vitalidade da zona nobre de Vancouver.

O ponto-chave deste desenvolvimento é o restauro e a renovação meticulosos do histórico Ceperley Rounsfell Building e a recuperação da fachada do Royal Financial Building que formam base charmosa desta elegante torre de vidro.

A Jameson House apresenta-se como uma celebração do dinamismo entre o antigo e o vanguardista; representa a sua própria idade com integridade, enquadrando-se na construção envolvente.

A nova torre terá 10 andares, dedicados a espaços comerciais, escritórios e restaurantes, e ainda 25 andares residenciais com parque subterrâneo.

Localizados a uma curta distância dos locais de trabalho, lojas e instalações de lazer, a Torre Jameson oferece um modelo ideal de vida urbana sustentável através da redução das emissões de carbono resultantes dos transportes e equilibrando o consumo de energia entre o seu programa de usabilidade mista de actividades diurnas e nocturnas.

Este modelo irá reforçar a actividade económica e social na área envolvente trazendo novas lojas e serviços para as empresas e moradores existentes.




Client: Jameson Development CorporationConsultants: Yolles, Vermeulens Cost Consultants, Imec Mechanical Ltd., PWL Partnership Landscape Architects Inc., Claude Engle Lighting Consultant, Bridge Electric Corp., Imec Mechanical Ltd., Piers Heath Associates, Robert Lemon Architect Inc.

Neptus 60 Cliff Habitat














Neptus 60 é uma Cliff-House desenhada pelo arquitecto naval Giancarlo Zema e exclusivo para a Underwater Vehicles Inc.
A Neptus 60 foi concebida para se integrar num declive em harmonia com a natureza.
Permite que o ocupante disfrute do posicionamento do declive para gozar das diferentes perspectivas marítimas e das fantástica vistas subaquáticas.
O projecto reflecte-se no Neptus, uma concha anfíbia que se desenvolveu nos oceanos há mais de 500 milhões de anos.
Neptus 60 é constituída por 4 elementos: (1) zona habitacional (2) convés de observação, (3) cais e (4) globo de observação subaquático.
Os diferentes andares estão ligados por uma escada e um elevador de vidro com vista sobre o mar.
(1) Área habitacional - Construção circular ancorada ao declive.
Divide-se numa sala com terraço e uma área nocturna com 3 quartos virados para o mar com casas-de-banho integradas.
(2) Convés de observação - uma cápsula pendurada a 20m do nível do mar.
Permite observar o mar confortavelmente e de forma privada.
(3) Desembarcação de pequenos barcos - O cais permite chegar à Neptus 60 directamente a partir do mar.
(4) Observatório subaquático - Um espaço cheio de interesse, equipado com iluminação subaquática e diversos pontos de mergulho. Os componentes submersos são produzidos por conceituados fabricantes de submarinos.
Características técnicas :
Estrutura - pode ser adaptada e ancorada a qualquer tipo de declive.
Área habitacional - 18m de diâmetro, 250 metros quadrados em dois níveis.
Convés de observação - 80 metros quadrados, em 2 níveis.
Cais - 40 metros quadrados.
Observatório subaquático - 80 metros quadrados com 2 níveis, completamente subaquático.
Elevador - 650 kg (6 pessoas), velocidade de 1,5 m/s, altura 50 mt.

Giancarlo Zema

14 maio 2008

PRÉMIO PRITZKER


Francês Jean Nouvel galardoado com o prémio Pritzker, o "Nobel da Arquitectura"

O francês Jean Nouvel é o mais recente galardoado com o prémio Pritzker, recompensa mais prestigiosa para arquitectos de todo o mundo, anunciaram os organizadores do galardão, em Los Angeles.

O Prémio Pritzker é atribuído anualmente, pela fundação Hyatt, da responsabilidade da família Pritzker, para agraciar um arquitecto vivo. Trata-se do mais importante prémio de arquitectura do mundo.

Nouvel, 62 anos, foi distinguido pela sua carreira, marcada pela "procura corajosa de novas ideias e por colocar em causa as normas aceites para rejeitar os limites no seu campo de actividade", afirmou Thomas Pritzker, presidente da fundação Hyatt, que entrega o prémio desde 1979.

O júri, composto por sete elementos, entre os quais arquitectos de renome internacional, historiadores e professores universitários reconheceu a "coerência, a imaginação e sobretudo uma necessidade insaciável de experimentação criativa" na obra de Jean Nouvel.

Com um valor pecuniário de 100.000 dólares e uma medalha de bronze, este prémio, por vezes denominado "Nobel da arquitectura" será entregue a Jean Nouvel numa cerimónia que se realizará a 02 de Junho na Biblioteca do Congresso, em Washington.
Lusa