McLaren Technology Centre, Londres
Pela primeira vez, todos os sectores do TAG McLaren Group estarão reunidos no mesmo edifício, que, em seus dois andares, abrigará estúdios de design, oficinas, centros de pesquisa e desenvolvimento, centro de visitações e museu. Também estarão funcionando nas novas instalações os sectores de produção de fibra-carbono, motores e protótipos e de fabricação de carros de corrida, incluindo o novo e exclusivo Mercedes SLR. Para desenvolver os testes de aerodinâmica nos modelos de Fórmula 1, foi construído um túnel de vento.
Pela primeira vez, todos os sectores do TAG McLaren Group estarão reunidos no mesmo edifício, que, em seus dois andares, abrigará estúdios de design, oficinas, centros de pesquisa e desenvolvimento, centro de visitações e museu. Também estarão funcionando nas novas instalações os sectores de produção de fibra-carbono, motores e protótipos e de fabricação de carros de corrida, incluindo o novo e exclusivo Mercedes SLR. Para desenvolver os testes de aerodinâmica nos modelos de Fórmula 1, foi construído um túnel de vento.
Pista de corridas
Era desejo de Dennis que o edifício simbolizasse o alto desempenho da empresa e proporcionasse “um ambiente de trabalho tão agradável, que os funcionários preferissem lá permanecer em vez de ir para suas casas”. Para desenvolver o projecto, Norman Foster escolheu a forma de um círculo, cortado ao meio por uma linha em forma de S, que remete às pistas de corridas. O traçado marca o limite entre o edifício e um lago artificial, para o qual se abre a edificação. Juntos, eles fecham o círculo. Os sectores do grupo ocupam espaços distintos do prédio, separados por vias de seis metros de largura. Estas recebem luz natural através da fachada de vidro, de 7,5 metros de altura, voltada para o lago.
O desenho da fachada acompanha a curva em S que divide o círculo, favorecendo a incidência ideal de luz solar e possibilitando que, de todos os pontos do interior do prédio, possam ser avistados o lago e a vegetação do entorno. Um sistema de luzes, desenvolvido pela empresa italiana Targetti e localizado 25 milímetros abaixo da superfície do lago, ilumina a parte inferior da cobertura, que se projecta além da linha da fachada. O efeito de luz e sombra que ele produz, à noite, cria a ilusão de que a cobertura se encontra suspensa no ar, acima do edifício, enquanto o volume edificado ganha vários matizes de cor, reflectindo-se no lago.
Com currículo que inclui trabalhos de excelência em obras mundialmente conhecidas - como o Piccadilly Circus, em Londres, o metro de Bilbau, Espanha, e a Piazza della Scala, em Milão, Itália - a Targetti é responsável pela instalação de todos os sistemas de iluminação do centro da McLaren.
Suporte do spoiler
Conceitos das tecnologias aeronáutica e automobilística foram adoptados no projecto da fachada, desenvolvida com a participação de profissionais das equipes de Foster, da Schüco Internacional e do sector de engenharia da McLaren. Para que ela fosse o mais transparente possível, excluiu-se, desde o início, a utilização do sistema stick (convencional), pois os perfis, por mais esbeltos que fossem, constituiriam barreiras visuais em determinados ângulos de visão. O vidro curvo, originalmente previsto, pôde ser substituído pelo plano, o que gerou economia na obra.
O sistema de contravento horizontal da fachada, chamado windblade, absorve e transmite as pressões de sucção e obstrução das acções do vento para as colunas internas de aço. Seguindo a modulação básica do projecto, foram adequados três windblades sobrepostos em espaçamento de 180 centímetros na vertical de cada módulo. As peças esbeltas de 25 milímetros de espessura em alumínio de liga especial, configuradas com corte computadorizado a laser, têm envergadura de 12 metros. Seu desenho curvilíneo remete ao suporte do spoiler do carro que em 1995 venceu a corrida de 24 horas de Le Mans.
Conceitos das tecnologias aeronáutica e automobilística foram adoptados no projecto da fachada, desenvolvida com a participação de profissionais das equipes de Foster, da Schüco Internacional e do sector de engenharia da McLaren. Para que ela fosse o mais transparente possível, excluiu-se, desde o início, a utilização do sistema stick (convencional), pois os perfis, por mais esbeltos que fossem, constituiriam barreiras visuais em determinados ângulos de visão. O vidro curvo, originalmente previsto, pôde ser substituído pelo plano, o que gerou economia na obra.
O sistema de contravento horizontal da fachada, chamado windblade, absorve e transmite as pressões de sucção e obstrução das acções do vento para as colunas internas de aço. Seguindo a modulação básica do projecto, foram adequados três windblades sobrepostos em espaçamento de 180 centímetros na vertical de cada módulo. As peças esbeltas de 25 milímetros de espessura em alumínio de liga especial, configuradas com corte computadorizado a laser, têm envergadura de 12 metros. Seu desenho curvilíneo remete ao suporte do spoiler do carro que em 1995 venceu a corrida de 24 horas de Le Mans.
Os windblades, concebidos como vigas para absorção das cargas horizontais, não estão aptos para absorver as verticais. Para essa função, foram projectadas hastes de aço inoxidável de cinco milímetros de espessura, fixadas às lajes de concreto, semelhantes às que reforçam os McLaren Mercedes da Fórmula 1. Juntos, os elementos de absorção de cargas criam o esqueleto construtivo que suporta 40 toneladas de vidro laminado. A construção é o resultado mais próximo daquele idealizado por Ron Dennis para obter transparência máxima na sinuosa e longa fachada principal.
Os perfis desenvolvidos pela Schüco foram modificados, para, em forma de semicírculo, corresponder ao desenho do projecto e à exigência de não utilizar silicone como elemento de vedação. A fachada posterior do edifício, as divisórias internas da área administrativa e das boxes de produção seguem o mesmo princípio - neste último elas são desmontáveis, permitindo o deslocamento de equipamentos e máquinas.
Resfriamento
Resfriamento
Com capacidade para 50 mil metros cúbicos, o lago exerce papel importante no sistema de resfriamento, pois o excesso de calor do edifício é transferido para a água. O perímetro do lago, em forma de cascata contínua, torna a água elemento importante para o conceito integrado do sistema de refrigeração do túnel de vento, onde são feitos os testes de aerodinâmica nos modelos de carros de Fórmula 1. Para complementar a paisagem entorno do edifício e criar um microclima, serão plantadas 100 mil árvores.
Ficha TécnicaObra:McLaren Technology Centre
Local:Londres, Inglaterra
Projecto:2000
Projecto:2000
Conclusão da obra:2003
Área do terreno:500 000 m2
Equipa técnica Arquitetura: Norman Foster
Projectos de engenharia:Amec
Estrutura de Betão:Mapei
Sistemas de fachadas:Schüco International
Sistemas de iluminação:Targetti e Claude Engle
Revestimentos cerâmicos: Pastorelli
Texto resumido a partir de reportagem de:
Cida Paiva Publicada originalmente em FINESTRA